O filme é a construção dos painéis em que os catadores de lixo são retratados e viram as estrelas principais. Depois de fotografados, as imagens escolhidas dos catadores são projetadas de uma altura gigantesca no chão e nessa hora a participação deles é fundamental. A fotografia no chão é preenchida com sucatas e objetos retirados do aterro sanitário. O efeito é belíssimo e esse painel é novamente fotografado e vai se transformar no quadro final do artista.
O espectador na sala de projeção não só participa do processo de construção dos magníficos painéis de Vik Muniz como acompanha a transformação que se dá na vida de pelo menos cinco catadores retratados pelo artista. Da garota que posa despretensiosamente no aterro sanitário, que vira uma mulher independente e com horizontes ampliados depois de completado o trabalho com Vik. Os depoimentos emocionados de todos os retratados revelam como o processo artístico modificou suas vidas e trouxe auto-estima. Mas o mais emocionante mesmo é o Tião, que lidera a associação dos catadores do Jardim Gramacho: ele acompanha Vik ao leilão realizado em Londres. A obra que o retrata é arrematada por quase 100 mil reais. Com lágrimas correndo no rosto, Tião diz que “tudo valeu a pena!”. Ele se refere à batalha para a criação da associação que luta pelos direitos dos catadores de lixo do Jardim Gramacho. Parte da renda das obras foi revertida à comunidade.
Quem tiver a oportunidade de assistir ao filme, não irá se arrepender, pois no final verá o resultado de um trabalho belissimo de pessoas simples, que ninguem imaginaria serem capazes de atingir tal resultado.
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